quinta-feira, 28 de junho de 2012


Perfil jornalístico para prova mensal de leitura e produção de texto.
Professora: Gabriella Vieira
Tema: Washington Olivetto.

Como um pássaro


 Um metro por dois e meio, luz acesa ininterruptamente e, para abafar os possíveis cânticos de melancolia, o som alto estava sempre ligado, caso quisessem torturar poderiam deixar tocando funk, axé ou sertanejo universitário o tempo todo, um método cruel, porém eficaz.
 Foi nesta gaiola de tijolos, cimento e medo, que ficou confinado, no que foi um dos sequestros mais longos do Brasil, o nosso pássaro da criatividade de penas brancas.  
Agora juntos as lembranças de campanhas memoráveis - que lhe renderam 48 leões no festival de Cannes – tinha também na mente as lembranças dos 53 dias na gaiola da rua Kansas no bairro do Brooklin em São Paulo.
 “O episódio” como Washington Olivetto se refere ao sequestro, foi posto em algum lugar da cabeça meio escondido, talvez do lado da área onde ficam as propagandas mortas e aqueles pesadelos que se tem de noite e que são esquecidos após alguns segundos acordado e na segurança da luz acesa.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Releitura do conto “A Valsa” de Dorothy Parker, escrito para o MIX de comunicação do 3º semestre do curso de Publicidade e Propaganda pela faculdade Veris - Metrocamp. Autor: João Paulo Pinheiro Agência: Verde Limão - Publicidade Sonho de Valsa

terça-feira, 15 de maio de 2012

Sobre gavetas fechadas, tomagotchis e velhos amigos.
Fui procurar por uma coisa qualquer em uma gaveta velha, dessas que se deixa fechada por tanto tempo que acaba por se esquecer o que tem dentro. Qual foi a minha surpresa quando achei um tomagotchi lá dentro, esquecido há muitos anos.
Continuava com a mesma cor vermelha por fora, exatamente como eu me lembrava que era e com um certo cheiro de infância.


Fui ver se ele estava vivo, se as baterias funcionavam ainda e para minha surpresa além de vivo tinha evoluído, agora era casado, a esposa era uma dinossaurinha rosa de uma espécie diferente da dele - talvez fosse de outro fabricante - tinha agora três filhos, duas fêmeas e um macho, já está no primeiro neto e aposentado resolveu comprar uma casa na praia, vida tranquila, agua e areia, como sempre quis, como todos os dinossauros fictícios geralmente querem.

Estava acima de tudo feliz.

É estranho ver como as coisas, todas elas, inevitavelmente mudam com o tempo, pessoas crescem e viram outras completamente diferentes do que você imaginava que seriam, do que elas mesmas imaginavam que seriam. Algumas se casam, tem filhos, trocam os gostos musicais, entram para alguma religião qualquer, fazem ou não fazem faculdade, desistem de viajar o mundo, ter um filho, escrever um livro ou plantar uma arvore...
Mas acima de todas essas coisas, todas as lembranças permanecem e a saudade insiste em aumentar e parece às vezes não caber mais no peito.